12 de setembro de 2012

Porque Hoje Eu Preciso Dizer Que Te Amo!

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Hoje eu acordei com uma vontade insana de te ver.
Queria ter despertado a teu lado, me aconchegado em teu corpo e assim achar nosso cheiro misturado nos lençóis.
Hoje eu queria nossos sorrisos estampados em fotografias.
Queria nossos beijos mais vorazes.
Queria seus olhos fechados e meu riso frouxo.
Hoje mais do que nunca senti vontade de dizer que eu te amo.
Mas sempre houve aquela regra que dizia para por esparadrapos em minha boca e evitar expor meu carinho através dessa frase tão piegas e démodé.
Mas eu quero ter um amor piegas.
Quero um amor romântico daquele à luz de velas e rosas de perdão.
Mas, mais que tudo quero um amor sincero,
onde apenas ao olharmos um para outro saibamos se há sorrisos ou lágrimas em nossas almas.

Acordei e coloquei Renato para cantar:
" e hoje em dia como é que se diz eu te amo?"

Te pergunto então meu bem: Como posso te dizer que te amo?
Como fazer você acreditar que os suspiros de meu peito seguem tua essência e que pelas ruas não há nada que se  iguale ao cheiro do seu cabelo. Me diz como?
Haverá um tempo que talvez sejamos apenas lembrança um para o outro,
Um tempo em que nossas peles não se toquem e que os sorrisos fiquem guardados em álbuns antigos dentro do guarda-roupa.
Mas enquanto esse tempo não chega, sejamos nós no tempo que nos é presenteado.
Sejamos nós enquanto nossos corpos se encaixam em uma sinastria que diz ser incompatível que um escorpiano entenda as indecisões e necessidade do coração de uma libriana.
Sejamos nós enquanto nossos risos se espalham pela casa fazendo inveja aos vizinhos.
Sejamos nós ao estender nossas roupas, brigar pelos pratos e fazer o jantar.
Que eu seja para você cúmplice e ouvinte.
Que você seja para mim confiança e amparo.
Que eu seja pra você massagem e mordidas.
Que você seja para mim massagem e cócegas.

Sejamos um para  outro o que sentimos.
Sinto que te amo e quero que você continue a ser o meu bem.
Sinto que me queres e quero que continue a plantar em seu bosque toda a ternura de outrora e que não foi perdida pelas valas da incompreensão.

Não sei como se diz Eu Te Amo sem ser brega ou forçada.
Sei apenas que hoje o único verbo que expressa o que sinto é "amor"
e apenas por isso "Eu Te Amo!" e digo antes que amanhã chegue e a oportunidade de te amar tenha ido com a brisa do outono.

Beijos nos olhos,
na alma e
na carne,
sempre. 

11 de setembro de 2012

Uma carta perdida

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Oi querido,
Vim te dizer que estou com saudades e que queria, nesse momento ser a carta que seguras em tuas mãos.
Lançar-me-ia em teus braços e com desejo, louco e urgente, tiraria tua roupa, beijaria tua boca e em teus lábios realizaria os meus desejos mais profanos.
Pensei que talvez a vida pudesse ser novamente boa para nós e arranjar um encontro ao acaso, numa esquina qualquer, ali, de repente, na surpresa de ver teus olhos eu pudesse me re-encantar em te ter em minha frente.
Lembra de nossas tardes em frente ao mar?
Sorvete de doce de leite e flocos.
Carinho despretensioso no rosto, 
e gosto de ternura na boca.
Bem, só queria dizer que sinto saudades, apenas.
Também me sinta, de vez em quando, passear por tua lembrança.
Pois, sempre que fecho os olhos pra esquecer do mundo tento levar minha alma para caminhar em tuas tardes.

Beijos que um dia foram nossos
e que sempre continuarão a ser.




Soneto XI

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Tenho fome de tua boca, de tua voz, de teu pelo,
e pelas ruas vou sem nutrir-me, calado, 
não me sustenta o pão, a aurora me desequilibra, 
busco o som líquido de teus pés no dia.

Estou faminto de teu riso resvalado,
de tuas mãos cor de furioso celeiro,
tenho fome da pálida pedra de tuas unhas, 
quero comer tua pele como uma intacta amêndoa.

Quero comer o raio queimado de tua beleza,
o nariz soberano do arrogante rosto, 
quero comer a sombra fugaz de tuas pestanas

e faminto venho e vou olfateando o crepúsculo 
buscando-te, buscando teu coração ardente 
como um puma na solidão de Quitratúe.


Pablo Neruda

# E faminto fico esperando-te com a lembrança de teus beijos em minha boca.

Em algum canto por aí

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Podia ser mais fácil sabe?
Antigamente as coisas eram mais doces,
No início de tudo há um certo encantamento que embriaga.

Há tanta dificuldade de conviver, em continuar por meses com o mesmo encantamento do primeiro dia.

A convivência nos rouba a surpresa de descobrir novos detalhes e aquilo que era desconhecido se torna algo tão comum, que vai ficando mais difícil ainda de encontrar o encantamento já visto.
Por qual rua estamos nos perdendo?
Por quais esquinas esquecemos de nos beijar?
Não vejo mais em seus olhos a admiração de dias atrás...
Não vejo mais em suas mãos o cuidado da sobriedade...
Em algum canto por aí há de haver algo nosso que ainda nos pertence.
Não basta amor...
O amor sozinho não satisfaz a paz.


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Overdose de Nando Reis para dias de desespero sempre é algo que alivia a alma...