29 de fevereiro de 2012

Ainda Te Guardo Aqui...

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Coisa linda se deparar com o destino e encontrar caminhos aos quais seguir.
É lindo se perder pelos desvãos de nossas vontades
É lindo quando arrancam suspiros de nós
Enfeitei minha sala com um jarro de girassóis e fico a olhá-los continuamente, pois naquelas inúmeras pétalas sinto como se houvessem guardadas as respostas de cartas nunca enviadas.
Quantas vezes li e reli as palavras vindas de tão longe como se elas estivessem escritas em minha própria pele?
Sentia cada contorno de letras com a suavidade do toque de um pianista.
Passei dias iludindo-me com devaneios amorosos e, como se perdida no estúdio de Sabina, eu enxergava a possibilidade de sustentar meus passos dançando com o chapéu coco que guardava a leveza de meu ser.
O fato, meu caro, é que há um halo envolvendo a primavera que inventamos dias atrás.
Primavera que espalha cerejas pelas tardes vazias, cerejas carregadas pela vermelhidão das bocas que as saboreiam.
E por esse carinho surgido pela coincidência de nosso lirismo, talvez tenhamos sido, um para o outro, atalhos para novas esperanças.


27 de fevereiro de 2012

Esses Dias Com Ele

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Quantos dias com ele?
Quantos dias, depois que chegaste por aqui, já roubaste de mim?
Ao seu lado ou na distância telefônica de nossas vozes, quantos dias já tornaram-se nossa vida?
Em quantos dias, repletos de tentativas, fiz insanidades para te manter aqui por perto, ao alcance de meus dedos desajeitados e curiosos?
E dentro desses dias, quando foi que o acaso nos visitou, caso, de fato, o acaso insista em existir?
Mas desconfio que não foi acaso aquele sábado, aquela mesa e aquele Mercado.
Desconfio que não tenha sido acaso você ter chegado e desarrumado tudo por aqui, pois é quase certo que não tenha sido sem querer que você invadiu minhas terras espalhando estacas que delimitam carinhos.
Por essa invasão agradeço alguns danos causados e que nunca mais serão esquecidos.
Agradeço você ter me ensinado o que dizer além de Bom Dia no café da manhã, pois aprendi que Bons Dias podem vir acompanhados por sorrisos, beijos e tentativas fotográficas sem muito sucesso.
Em todos esses Bons Dias senti o gosto doce de dormir junto e acordar agarrando.
É bom sentir teu braço no meio da noite me procurando...
É bom, também, ver filme ao contrário na cama, abraçando teu pé enquanto o meu pé roça tua barba, barba essa que já perdi a conta das quantidades de acordos que tentei fazer para mantê-la por perto de mim.
Tua barba tem perfume de aconchego, será que isso serve como motivo para a permanência dela entre nós dois?
Portanto, entre esses e outros detalhes, aviso que esses danos causados, durante esses dias vividos e compartilhados, serão o motivo pelo qual ainda tento que o amanhã exista na nossa lembrança. 

Beijos nos olhos, 
na alma,
e na carne.
(Sempre)


#Inspirado no filme 500 Dias Com Ela. Não viu ainda? Veja antes de morrer, é lindo.

25 de fevereiro de 2012

Nossas Desculpas Para Desculpas

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(...)

Não nascera para o amor, alegava. Não tinha o dom ou a paciência tão necessários à lida com o outro. Tolo, não compreendia que a vida a dois ou a bilhões nada é senão um exercício contínuo de abrir mão de si mesmo em troca de uma eventual surpresa. Queria mais era controlar, porém, e preferia, portanto, o previsível. Não estava disposto a abrir mão do egoísmo sobre o qual se construíra. Era fraco, na verdade. Genial em sua arte, porém covarde. No entanto, não foi sem dor que ele desistira de se buscar no olhar do outro, voltando-se para si apenas. A gente está num lugar que nem sempre nos aceita de bom grado. Afinal, há tantas manchas de violência sobre aqueles que ousam ser quem realmente são...

(...)

22 de fevereiro de 2012

Mais Um Carnaval

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Carnaval passou e a Colombina por ele passeou.
Carnaval acabou e a Colombina por ele chorou.
O que seria de nossas almas sem a permissão de usar descaradamente todas as nossas máscaras mais empoeiradas?
Carnaval sempre chega para acalentar a tristeza e deixá-la guardada na gaveta da cômoda do quarto.
Carnaval de carne e frevo, cores e chuva que desmancha fantasia.
O que seria de nossa clandestina alegria sem a possibilidade de subir e descer as ladeiras de Olinda?
Você tem noção o quão lindo é ver o fogos se explodirem por entre os casarios antigos do Recife?
As ruas cheias, as luzes amareladas dos postes, as marchinhas sendo tocadas e as pessoas rindo, cantando, brincando, como se nada fosse mais do que aquele fugaz momento esperado um ano inteiro.
E de cada carnaval que passa, se guarda a lembrança de específicas companhias, de doces sorrisos e lindas danças.



Mas é Carnaval!
Não me diga mais quem é você!
Amanhã tudo volta ao normal.
Deixa a festa acabar,
Deixa o barco correr.

Deixa o dia raiar, que hoje eu sou
Da maneira que você me quer.
O que você pedir eu lhe dou,
Seja você quem for,
Seja o que Deus quiser!

Da nossa igualdade

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E quem foi que disse que o mundo era justo?
Mas, imersos nas faltas das possibilidades de sins, podemos, juntos, ao menos tentar criar um mundo que nos traga alguma justiça em nossas vontades.
Dos corpos que passeiam ao nosso redor, ambos podemos aproveitar o deleite de outros sabores.
Ambos... Veja bem... 
Da igualdade de nosso querer nasce a igualdade de nosso agir e disso resulta cumplicidade e aceitação.
Você vai querer?
Eu te dou.
Te dou tudo o que você quiser, mas saiba de antemão que meus quereres são deveras extravagantes e deles não abro mão.
Se você quer eu dou a permissão, em troca, claro, da compreensão de que se você pode eu também posso e se assim não for, perdão. Não aceito  relações injustas, afinal, sou libriana e a justiça, sempre mal compreendida, faz parte de minha ideologia de vida. 
É bem como a gente diz: Se não sabe brincar não desce pro play. 
Acho que andamos brincando errado.

12 de fevereiro de 2012

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"Por mais que se esqueça um amor, 
ele pode determinar a forma do amor que se seguirá".

(Proust in: Em busca do tempo perdido)

6 de fevereiro de 2012

#Fica Dica 12

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Desculpa, mas to com raiva.
¬¬'

5 de fevereiro de 2012

Minha Insanidade

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O que os olhos não veem, o coração não sente, mas a mente imagina...
Desligo o telefone e jogo na parede com vontade de quebrar qualquer coisa que sirva para passar essa raiva.
As lágrimas me dilaceram o rosto como há tempos não acontecia....
A dor me contorce na cama querendo rasgar os lençóis.
Falta voz para gritar, falta ar para sobreviver há mais um desespero de não poder ter o que se quer.
Nossas mãos se distanciam por sua culpa...
Pois a culpa há de ser de alguém e hoje não é minha, que tudo fiz para o amar com a dedicação que eu nem sabia que tinha.
Não há de ser destino essa sina de amores impossíveis.
Não pode ser premissa verdadeira essa história de que um amor é regado pelas lágrimas que ele provoca.
Não, não não...
Por favor olhos, parem de chorar. 
Quantos desvãos ainda existem pelo meu caminho?
Foi tudo insanidade e agora me resta a vontade de rasgar essa pele que guarda a lembrança do cheiro dele.
Quero destruir esse carinho que me machuca.
Queria apenas encontrar alguém que cuidasse de mim.
Se cuida, pois hoje paro, portanto, de cuidar de você, que não merece tanto cuidado.
Paro de cuidar de você que não me reconhece, pois talvez eu realmente não seja nada além de amiga.
Mas foda-se meu bem... Não quero ser amiga, o que eu quero é outra coisa. 
Você nunca viu em meus olhos os traços de paixão e afeto que dediquei todos os dias e noites para curar tuas dores.
Talvez, nunca você tenha me olhado de verdade.
Ou você acha que não tenho sentimentos?
Ou você acha que não está doendo como navalha que sangra a pele?
Ou você acha que é fingimento essa falta de ar causada pelas lágrimas?
Me diz o que é que você acha?
Não, não me diga.
Dizem que as pessoas passam nas vidas umas das outras deixando e levando lembranças.
Vim, passei, arrumei, ajudei, limpei, cuidei, reconstruí e me destruí.  
Não medi os efeitos colaterais de tamanha felicidade.
Mas sempre há os contras de todos os prós não é?!
Pois que assim seja...
Espero que amanhã, depois que as lágrimas secarem, isso tudo tenha valido a pena.