30 de janeiro de 2012

If You Were Mine

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Deponho minhas armas não vou mais lutar. 
Tentei levá-lo ao meu lado. 
Embora eu tenha me apaixonado antes, 
Eles nunca retiraram minhas nuvens.
Baby, se você fosse meu,
Eu não hesitaria por nada, 
Basta me avisar, 
Serei a única a amparar a sua queda. 
Qualquer coisa que você precise, 
Não me jogue fora, 
Você me confunde, 
(...)

27 de janeiro de 2012

Mas a carta ainda anda guardada

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A carta está escrita e as decisões registradas supostamente já foram tomadas, mas ainda há aquela força que impede de fechar esse emaranhado de pontos sem nós. A decisão passeia em saber se é melhor chorar com você ou chorar sem você, mas não sei o que decidir nisso tudo.  
E nunca o duelo Razão X Emoção foi tão forte por aqui, mas mesmo esse duelo épico anda confuso, porque a emoção, essa eterna incoerente, ora se alia à razão ora se alia ao corpo e tudo fica ainda mais complicado.
O corpo pulsa freneticamente se dilacerando de desespero em imaginar que não mais vai ser tocado.
E com isso a razão ri e o coração se despedaça sem saber o que fazer.
Porque gostar não pode ser mais fácil?
É tudo sempre tão complicado e já ando cansada de sempre, pois meu coração já não anda mais disposto para os "talvezes" de tudo isso.
Meu coração ainda crê que podemos ficar juntos, minha razão já acha isso tudo muita criancice de ambas as partes e o meu corpo não sabe de nada, simplesmente só sente saudades.


Milan Kundera - A Insustentável Leveza do Ser




23 de janeiro de 2012

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Eu queria que em um dia qualquer, você chegasse de fininho, 
me abraçasse apertado e me dissesse: 
Senti sua falta. 






Um olhar oriental

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(sábado, 21 de março de 2009)










O clima de mistério envolvia aquela noite de solidão.
Um corpo de âmbar velava, naquele momento, o sentimento que morria e esses últimos suspiros traziam o peso de anos decorados pela paixão.
Seus olhos pequenos fotografavam cada detalhe daquela cena.
Sentada de frente à penteadeira. Perfumes... Pó de arroz... Blush... Batom vermelho... Lápis preto.
Enfeitava a si mesma com uma gueixa que se prepara para o casamento.
Mas não iria se casar. Não! Vai ficar em casa, sozinha, relendo a carta.
Aquela carta que trouxe lágrimas aos seus olhos.
Então porque se enfeitou se não vai sair?
O espelho não respondeu. Mas ele nunca responde, tem apenas o costume leviano de vigiá-la, invadindo sua intimidade e escondendo dela todos os segredos que tenta descobrir.
A carta tá molhada, suas mãos secas, o coração palpitando devagar e uma dor aguda dentro de si aumentando a sua angústia espiritual.
Desliga a luz deixando acessa apenas uma luminária chinesa. Deita na cama levando um pequeno espelho de mão e sob um reflexo vermelho repara na expressão de seus gestos tentando sofismar os sentimentos que perturbam seu coração.
Aquela dor intragável estava dentro de seus olhos queimando progressivamente as últimas gotas de sal que insistiam em sair.
O silêncio começava a se espalhar por todos os cantos. 
O tic-tac do relógio, o sussurro do vento, o balançar da cortina, o grilo, a buzina. De repente até a sua dor era muda e uma lacuna semiótica se pôs entre seu o rosto e o espelho.
- Qual o sentido da sua vida?
Perguntou-lhe o silente e inesperadamente todo o sigilo de seus sentimentos transbordaram por sua face branca deixando rastros luminosos pelos caminhos inabitados de sua superfície.
Aleatoriamente, buscando reordenar a cronologia de seus pensamentos, ia percebendo os objetos do seu quarto.
Guarda-roupa / janela aberta / fotos / um gato triste / solidão / chuva na rua / uma flor de madeira...
Pedaços de passados...
Lembranças requentadas pelo seu espírito saudoso.
A carta não estava mais em suas mãos, talvez solta em algum lugar. O telefone toca quebrando a inércia de sua fotocópia e todos os sons voltam estupidamente ordenados.
Senta, olha, não vale a pena atender, agora não mais.
O bonsai tá na janela, a terra seca, uma romã caiu a outra ainda resiste, corre à cozinha e retorna com água mineral para regá-la.

A valsa dos adeuses

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"O que dissera esse homem? Que partia para sempre.
Uma longa e doce nostalgia apertava-lhe o peito. Não apenas a nostalgia desse homem, mas também a da ocasião perdida. E não apenas daquela ocasião perdida. E não apenas daquela ocasião, mas também da ocasião como tal. Tinha nostalgia de todas as ocasiões que havia deixado passar, escapar, das quais tinha fugido, mesmo daquelas que jamais tivera"


(Milan Kundera in: A valsa dos adeuses. Ed. Nova Fronteira)

22 de janeiro de 2012

A Questão é Reciprocidade

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Olha a vida que te cerca e me diz se tá valendo a pena.
Os dias que se sucederam foram preenchidos por quais líquidos?
Há muita chuva nesse verão e as voltas para casa me encharcam e me gripam com uma preguiça de lutar por causas vãs.
Sabe, pintei as paredes do meu quarto de vermelho, enchi de fotos antigas cheias de sorrisos empoeirados e pendurei minha luminária japonesa que há meses andava perdida pela estante. Junto a isso, a trilha sonora do meu marasmo anda sendo modificada, pois há, sinceramente vagando por aqui, uma necessidade de renovação.
Apesar de algumas tristezas, poucas raivas e uma certa dose de melancolia, as coisas vão amadurecendo e depois das faxinas feitas vi o lixeiro cheio de migalhas dos amores que me foram dados.
Cinco anos e alguns poucos beijos... 
Não reclamo da "inesquecibilidade" desse pouco amor, por menor que tenha sido, foi, apesar de ausente, intenso e desenhado com cores lindas. 
Mas convenhamos, migalhas não anchem a barriga e a fome, que acha bonito se mostrar como bruta, nos desespera numa comiseração de desejos insaciáveis. 
Portanto, meu bem, a questão de tudo isso passeia nos terrenos da reciprocidade de nosso tempo. 
Digo mais, não só de tempo somos feitos, mas também da reciprocidade de nossas vontades, expectativas e disponibilidades.
Em relações afetivas, placares desiguais acabam por desgastar qualquer carinho que tente existir. Posto isso, o que você escolhe pra sua vida minha querida?
Amar sem ser amada?  Ou quem sabe ser amada e não amar? *




*Preciso de reciprocidade em nossos sentimentos.

21 de janeiro de 2012

O Meu olhar

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O que faço com os meus olhos tristes meu senhor?
Como posso tirar deles essa melancolia que os define?
Como posso subtrair-lhes essas dúvidas que sobressaem?
Como, meu senhor, posso ter olhos alegres se a felicidade para mim é algo tão clandestino?
Como poderia viver sem ouvir o meu senhor falando da tristeza de meus olhos?
Essa menina de olhos melancólicos vive a buscar os olhos de meu senhor e ao se deparar com eles olha, com ternura, o verde abismo no qual se lança.
Se quero olhos alegres meu senhor?
Não. Não quero.
Pois se os quisesse não mais teria esse ar melancólico de amante à espera do seu amor.

(17/11/2009)

20 de janeiro de 2012

#Fica Dica 11

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São tantas coisas na vida
Algumas de não se esquecer
Tem coisas que a gente se apega
E a gente carrega
E gosta de ter
São tantas coisas na vida
E a vida, nos trazendo mais
Detalhes de outras conquistas
Pessoas queridas
Ou do gosto do mar
Verdades que não foram ditas
Ficaram esquecidas no banco de trás
Restos que são recolhidos
Partes pra se completar
Migalhas que ficam escondidas
Nas brechas da vida
São coisas demais
Tem tanta coisa na vida
E a minha vida em você
São tantas coisas na vida
Da vida, difícil de ter
Das coisas que a gente já teve
Que ficam com a gente, depois de perder
São tantas coisas na vida
E a sede, que sempre quer mais
E um monte de escolhas erradas
Das noites passadas
Com que não aconteceu
A hora, de tá acordado
Juntar dois trocados
E de dizer adeus
Restos que são recolhidos
Partes pra se completar
Migalhas que ficam escondidas
Nas frestas da vida
São coisas demais
Tem tanta coisa na vida
E a minha vida em você

19 de janeiro de 2012

Certas Coisas

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Silenciosamente eu te falo com paixão...
Eu te amo calado,
Como quem ouve uma sinfonia
De silêncios e de luz.
Nós somos medo e desejo,
Somos feitos de silêncio e som,
Tem certas coisas que eu não sei dizer...

Lulu Santos

16 de janeiro de 2012

"Estou fazendo a minha parte: te esperar. Faça a sua: chegue."

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Já fiz amor com você ouvindo Cazuza nos dizendo que "o nosso amor a gente inventa pra se distrair". 
Perdão, "não consigo mais aceitar relações pela metade. Em outras palavras, raspas e restos não me interessam" e não quero, com isso, inventar um amor que eu poderia estar vivendo. Não me entenda mal, também preciso de cuidados.
Eu entendo você, sei bem seus motivos, suas preocupações e toda a necessidade de por ordem na sua vida, mas aqui também anda tudo deveras bagunçado, também tive perdas e um coração destroçado por um outro amor.
Sei que tudo entre a gente era muito bonito...Bonito até demais.
A cumplicidade, que você tanto citou, eu senti, a amizade também e todo o companheirismo. Mas para mim anda sendo mais que amizade, tem muita pele nisso tudo, muito cheiro e muita saliva. Tem vontade de ficar junto e de cuidar, também tem saudade de passar a mão no cabelo te vendo dormir. Pode ser exagero, às vezes também acho que é, mas tá aqui e eu to escrevendo, to sentindo.
Você já tinha me dito, eu sei, não era nenhuma novidade, e eu tinha dito que assumia a culpa de meus quereres insistindo em tentar. Pois bem, assumo minha culpa, carrego mais uma vez meu coração dolorido, enxugo uma ou outra lágrima que cai sem que eu queira e vou seguindo na tentativa de voltar para o caminho que leve para mim.
Meu bem, por você tenho guardado o carinho mais cuidadoso de todos, o beijo mais doce e a minha tentativa mais sincera de me relacionar de verdade.
Sinto pelo fato de nossos corpos passarem a se tornar saudade um para o outro.
Portanto "Aos caminhos, entrego o nosso encontro e se tiver que ser, como tem que ser, do jeito que tiver que ser, a gente volta um dia."

Beijos nos olhos,
na alma,
na carne. 

Contínua Tortura

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Na janela de um apartamento com colchões no chão, seus olhos cruzaram os meus.

Foi estranho, não nego, e mesmo sendo sonho, meu corpo, paralisado, não acreditava ser teu corpo aquele que ali passava com o mesmo andar desleixado de sempre.
Não entendo o porque de ainda sentir saudades de você. 
Talvez isso seja porque ando perdendo amores e sua lembrança, maldita lembrança, gosta de pairar na memória dos meus dias felizes.
Não foi bom te ver no sonho. 
Definitivamente não foi. 


 NÃO ERA AMOR, ERA MASOQUISMO.

11 de janeiro de 2012

Vênus

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(...)


Não falo do amor romântico,
Aquelas paixões meladas de tristeza e sofrimento.
Relações de dependência e submissão, paixões tristes.
Algumas pessoas confundem isso com amor.
Chamam de amor esse querer escravo,
E pensam que o amor é alguma coisa
Que pode ser definida, explicada, entendida, julgada.
Pensam que o amor já estava pronto, formatado, inteiro,
Antes de ser experimentado.
Mas é exatamente o oposto, para mim, que o amor manifesta.
A virtude do amor é sua capacidade potencial de ser construído, inventado e modificado.
O amor está em movimento eterno, em velocidade infinita.
O amor é um móbile.
Como fotografá-lo?
Como percebê-lo?
Como se deixar sê-lo?
E como impedir que a imagem sedentária e cansada do amor não nos domine?
Minha resposta? O amor é o desconhecido.
Mesmo depois de uma vida inteira de amores,
O amor será sempre o desconhecido,
A força luminosa que ao mesmo tempo cega e nos dá uma nova visão.
A imagem que eu tenho do amor é a de um ser em mutação.
O amor quer ser interferido, quer ser violado,
Quer ser transformado a cada instante.
A vida do amor depende dessa interferência.
A morte do amor é quando, diante do seu labirinto,
Decidimos caminhar pela estrada reta.
Ele nos oferece seus oceanos de mares revoltos e profundos,
E nós preferimos o leito de um rio, com início, meio e fim.
Não, não podemos subestimar o amor e não podemos castrá-lo.
O amor não é orgânico.
Não é meu coração que sente o amor.
É a minha alma que o saboreia.
Não é no meu sangue que ele ferve.
O amor faz sua fogueira dionisíaca no meu espírito.
Sua força se mistura com a minha
E nossas pequenas fagulhas ecoam pelo céu
Como se fossem novas estrelas recém-nascidas.
O amor brilha.
Como uma aurora colorida e misteriosa,
Como um crepúsculo inundado de beleza e despedida,
O amor grita seu silêncio e nos dá sua música.
Nós dançamos sua felicidade em delírio
Porque somos o alimento preferido do amor,
Se estivermos também a devorá-lo.
O amor, eu não conheço.
E é exatamente por isso que o desejo e me jogo do seu abismo,
Me aventurando ao seu encontro.
A vida só existe quando o amor a navega.
Morrer de amor é a substância de que a vida é feita.
Ou melhor, só se vive no amor.
E a língua do amor é a língua que eu falo e escuto.

Paulinho Moska

5 de janeiro de 2012

4ª Lição

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Você quer mudar de lugar comigo para ver o que eu vejo?

Dos desejos suspirados pelos meus olhos, deixo de existir no instante que plantas tua mão em mim, e assim me transfiguro instantaneamente no pulsar de tuas veias. As luzes, sempre apagadas, escondem escassas penumbras em meio ao desespero do suor que escorre misturando nossos cheiros.

Veja bem, meu amor, você quer sentir o que eu sinto?

Minha língua, salamandra furta-cor, busca detalhes que se tornem nossos e do lado de cá, meu corpo dança em sua boca e com isso a minha boca ri, as minhas pernas tremem, a minha mente se esvazia no silêncio de sua respiração e assim o meu espírito grita os meus gritos enquanto você sussurra.

Todos os pelos se arrepiam como medusas hipersensíveis e todas as gotículas de suor, saliva, perfume e gozo se fixam na memória dessa pele, me condenando ao carma de nunca mais te esquecer. O que fazer então para que não se esvaziem as sensações de nossos desejos?

Reservar ternuras...

Acalentar prazeres...

Aceitar a sentença de todos os meus quereres.


* Para quem quiser uma trilha sonora

10 Metas para (tentar) realizar

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1 – Mais calma. Calma para respirar fundo nos momentos difíceis e não gritar. Calma para, com as mãos, poder segurar o sofrimento e não deixar que ele me dilacere nos dias que me faltam abraços.

2 – Mais ânimo. Ânimo para saber que nada está sendo feito em vão. Ânimo para ter certeza de que há um motivo pelo qual sorrir, mesmo que as coisas pareçam vazias entre as paredes brancas. Ânimo para levantar da cama e seguir qualquer caminho que leve a qualquer lugar.

3 – Mais dedicação. Dedicação comigo mesma, com os outros e com o mundo. Dedicar mãos, olhos e alma a algo que precise de atenção. Dedicação aos livros que andam empoeirados, as letras que andam escassas, aos amigos sempre amados, à família, mesmo que distante, ao corpo abandonado e aos olhos, cada dia mais tristes.

4 – Mais tempo. Tempo para ser perdido olhando o mar. Tempo para pintar com tinta de dedo o nariz de uma criança que ri. Tempo para deitar na cama alheia e guardar sonos em caixinhas aveludadas. Um pouco mais de tempo para perder à toa com a vida que passa sem ser percebida por essas bocas que se calam.

5 – Menos lágrimas. Os olhos, cansados, carregam baldes de choros que já não deviam existir. Menos lágrimas, por favor, para que a vista, defeituosa, possa encontrar amenidades e quem sabe, assim, sorrir. Portanto, para isso, mais sorrisos em nossos dias de chuva.

6 – Mais presentes. Presentes para mim e para você. Quem não gosta de ganhar embrulhos e sorrisos enlaçados com fitas de sentir? Mais presentes, mais presenças, mais instantes-já.

7 – Menos autoanálises terapêuticas. Menos tentativas de achar que qualquer tola filosofia pode responder às perguntas de corações aflitos. Menos paranoias existencialistas ajudariam na diminuição de tantos porquês constantemente desnecessários.

8 – Menos capitalismo exacerbado. Por favor! Menos consumismo, menos sapatos, roupas, perfumes e penduricalhos fúteis que adornam minhas necessidades de rasa felicidade. Menos números no fim do mês ajudariam consideravelmente para diminuir os níveis de preocupação do sangue.

9 – Músicas novas. Filmes novos. Novos lugares para serem lembrados. Novas lembranças são fundamentais em tempos de constante apatia por conta da perda do perfume de velhas memórias. Novas pessoas, os mesmos amigos (pois esses sempre serão necessários), uma paixão (de certa forma já plantada), mais dias de praia calma, mais noites estreladas em lugares desertos, mais fotografia penduradas pela casa.

10 – E por fim equilíbrio. Ando tirando o juízo da gaveta, ando tentando ser mais racional, menos passional. Assumo minhas culpas e alimento diariamente meus monstros. Equilíbrio para continuar atravessando a corda por cima desse abismo que cavo com meus pés. Um pouco mais de compromisso com a felicidade talvez ajude ela a acertar o meu endereço.

#Pois bem, saber o que eu quero/preciso para 2012 foi algo complicado de ser analisado. 2011 foi conturbado o suficiente para não acha-lo um ano ruim nem bom. Ao mesmo tempo em que tive realizações, viagens, aprovações e sucessos, também tive perdas, amores que se mantiveram longe, amizades desperdiçadas, família e todas as suas exigências conservadoras. Mas, de agora em diante, ando pregando o desapego de momentos enfadonhos, guardo em mim apenas as coisas boas.