23 de fevereiro de 2011

Inspirações Lispectorianas III

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Meu Amor,
Meu Amado (Quanto tempo não te chamo assim)
Recomeçando...

(...)

Meu Amado,
Lembro de teus olhos
Verdes águas silenciosamente obscuras
Lembro de teu corpo
Teu corpo vidente, que olhava o meu pelo transpassar de pernas e detalhes.

(...)

Não posso negar, meus Textos mais bonitos pertecem a você.
Neles tudo é mais Tudo,
A intensidade é mais Intensa,
A Ilusão é mais verdadeira...
A Ilusão de escrever com a tinta extraída da ausência.

Inspirações Lispectorianas II

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Vê, Meu Amor, ando me organizando.
Mas não se engane.
Eu sei que tento esconder lembranças embaixo do tapete.
Mas as teias de aranha são altas, não consigo limpá-las para organizar o ambiente. 
Vê, Meu Amor.
Pode parecer - e parece - que estou tentando te esquecer.
Sou o que você me fez ser, fiquei presa em seus detalhes e sinto saudades, ainda, sempre.

Lispector, Clarice. A Paixão Segundo G. H. (pag. 71)

Inspirações Lispectorianas

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A vida, Meu Amor

Era o sentir de teus cílios sobre o suor de minha pele.
A vida era isso,
Um risco do dedo teu feito no vazio de minha cintura.
Meu Amor, a vida era exatamente o nada que nos unia,
O nada que éramos,
O nada que passou a ser as lágrimas que sequei com tua saudade.

Lispector, Clarice. A Paixão Segundo G. H. (pag. 65)

16 de fevereiro de 2011

Só Tinha de Ser com Você

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É, só eu sei
Quanto amor eu guardei
Sem saber que era só prá você
É, só tinha de ser com você
Havia de ser prá você
Senão era mais uma dor
Senão não seria o amor
Aquele que a gente não vê
O amor que chegou para dar
O que ninguém deu pra você
É, você que é feito de azul
Me deixa morar nesse azul
Me deixa encontrar minha paz
Você que é bonito demais
Se ao menos pudesse saber
Que eu sempre fui só de você
Você sempre foi só de mim




9 de fevereiro de 2011

Insensatez

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Sol - Um dia de suor...
Corpo escorregadio
Lá vão os carros, as pessoas e o vento
Arlequim pintado
Ambiente claro, luz do dia pelas frestas das paredes brancas
Escada
Elevador
         Es
             Ca
                   Da
                        sss

Arlequim...
Sorriso de Arlequim
Estrelas
Corpo de Arlequim
Âncora
Mãos de Arlequim
Palhaço
Gozo de Arlequim.
Sorriso.

7 de fevereiro de 2011

[...]

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Ou me quer e vem, ou não me quer e não vem.
Mas que me diga logo pra que eu possa desocupar o coração.
Avisei que não dou mais nenhum sinal de vida.
E não darei. Não é mais possível.
Não vou me alimentar de ilusões.
Prefiro reconhecer com o máximo de tranqüilidade possível
que estou só do que ficar a mercê de visitas adiadas,
encontros transferidos..."

[Caio Fernando de Abreu]

6 de fevereiro de 2011

Constelação

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De todos os amores, o que fica para sempre?
A lembrança do impossível...
O desejo do beijo que acabou de ser dado e não deveria acabar.

Parabéns Linda

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De todas as amizades, o que persiste?
O carinho mais terno,
O afago sincero e o espaço inexistente entre o abraço.
Querida garota rodrigueana (Mais rodrigueana do que eu!)
Nesses dias normais que se convencionam especiais tenho pouco para te dar.
Querida Pierrete deixo na porta da sua casa uma caixa vermelha embrulhada com fitas de sentir.
Abra-a aos poucos, deliciando cada momento de descoberta.
O que há nela Linda?
 Há um pequeno sorriso.
Cuide dele! É frágil, precisa de carinho.
Há também a lembrança de uma chamada telefônica Portugal - Brasil em plena noite de reveillon. 
Havia saudades demais naquelas vozes.
Há em sua caixinha vermelha infinitos sorvetes na estação do mêtro.

Sorvetes que eram desculpas para baixar o calor - Uma casquinha de ameixa por favor!

Ainda coloquei para você um Girassol. 
Estou assim agora, ando a dar girassóis a quem amo.
Olha. Eu não sei se fico vermelha, mas vou tentar descobrir, prometo!
Ei, presta atenção, você é deveras importante para mim.
Adoro teu carinho na orelha, adoro quando me deixas envergonhada e adoro quando me tratas como uma menina, pois sei que sabes que eu ainda não cresci, essas aparências são apenas máscaras de Colombina.
Querida, sabia que você é toda errada? E isso é uma delícia, porque isso é você.
Essa diferença toda, esses braços cheios de abraços e mãos carinhosas.
Esses sonhos loucos, esses desejos impulsivos e esses amores irracionais.
Minha Querida, quero tomar um vinho na sua casa de máscaras ouvindo Chico cantar pra gente.
Quero amarrar nossas lembranças com linhas de sinceridade e saiba logo de agora que você vai ter que me apresentar Barcelona! 
Moça, quem foi que disse que tu estás diferente demais?
Tá nada moça... Sempre fostes assim.
Esse sorriso no rosto mesmo tudo estando ruim.
Essa quadrilha... Esse Amor... Esse cheiro de vinho malbec...
Um brinde!
Com vinho carreteiro que eu sei que você gosta.
Te Amo todo dia...

Ps. Ah! Adoro te dizer uma coisa: "Vai pra Porra Gisele!" e eu sei que você gosta!
Feliz aniversário!!!

4 de fevereiro de 2011

Notas Sobre A banda

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O jeito, no momento, é ver a banda passar, cantando coisas de amor. Pois de amor andamos todos precisados, em dose tal que nos alegre, nos reumanize, nos corrija, nos dê paciência e esperança, força, capacidade de entender, perdoar, ir para a frente. Amor que seja navio, casa, coisa cintilante, que nos vacine contra o feio, o errado, o triste, o mau, o absurdo e o mais que estamos vivendo ou presenciando.

A ordem, meus manos e desconhecidos meus, é abrir a janela, abrir não, escancará-la, é subir ao terraço como fez o velho que era fraco mas subiu assim mesmo, é correr à rua no rastro da meninada, e ver e ouvir a banda que passa. Viva a música, viva o sopro de amor que a música e banda vem trazendo, Chico Buarque de Hollanda à frente, e que restaura em nós hipotecados palácios em ruínas, jardins pisoteados, cisternas secas, compensando-nos da confiança perdida nos homens e suas promessas, da perda dos sonhos que o desamor puiu e fixou, e que são agora como o paletó roído de traça, a pele escarificada de onde fugiu a beleza, o pó no ar, na falta de ar.

(...)


Carlos Drummond de Andrade

2 de fevereiro de 2011

Festa de Iemanjá

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Disse um velho orixá pra oxalá
Pra acreditar
Pra não temer, temer, temer

Desses tempos verdadeiros
Tempos maus

Dia 2 de fevereiro
Dia de Iemanjá
Vá pra perto do mar
Leve mimos pra sereira
Janaína Iemanjá

Havia rosas no mar
Havia ondas na areia
Lá em Rio Vermelho
Em Salvador
Vamos dançar

Dia 2 de fevereiro
Dia de Iemanjá
Vá pra perto do mar
Leve mimos pra sereira
Janaína Iemanjá


Havia rosas no mar
Havia ondas na areia
Vá brincar no Rio Vermelho
A festa de Iemanjá

Salvador está em festa
Vou cantar
Vou cantar, ahhhhh
Pra saudade sereia
Vai brincar na areia

Para acreditar
Pra saudade sereia
Vista de branco
Dia de lua cheia

1 de fevereiro de 2011

Olhos de Pierrot

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Bom dia Pierrot!
Vem, me segue, levarei teu corpo a uma nova alcova.
Lá, entre lençóis e desejos, trocaremos nossos melhores beijos.
Deixarei suas mãos curiosas percorrerem os poros de meus segredos.
Seus Olhos?!
Ah! Pierrot...
Seus olhos me inibem, são pretensiosos,
Tentam desvelar a nudez da minha alma.
Contenha-os...
Não deixe-os assim, suspensos sobre mim.
Pierrot quantos Arlequins há em ti?
Diga-me logo, necessito urgentemente preparar-me
Tenho pernas, braços e coração cheios de vontades.
Pierrot... Fecho teus olhos,
Beijo teus olhos,
Sinto o cheiro de teus olhos
Eles fascinam os meus olhos.
Pierrot...
Beijo tua boca,
Beijo Você
Sinto Você
Sinto nós dois, misturados no perfume embriagado dessa valsa de carnaval.
Pierrot...
Obrigada pela tarde, pelos prazeres e pelos suspiros.

Beijo de corpo e carne...
Colombina.