29 de novembro de 2011

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"Se somos incapazes de amar, talvez seja porque desejamos ser amados, quer dizer, queremos alguma coisa do outro (o amor), em vez de chegar a ele sem reivindicações, desejando apenas a sua simples presença."

Milan Kundera 
(A Insustentável Leveza do Ser)

27 de novembro de 2011

E assim te mando um beijo

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Meu bem, 
Se agora minhas mãos te alcançassem eu te deitaria em meu colo para acalentar todos os teus lamentos.
Te faria carinhos ternos nos cabelos e te cheirava a face roubando um pouco do teu cheiro para mim.
Se agora eu pudesse te ter em meus braços te faria as vontades só para ver risos pela casa,
Só para que achássemos um pouco de perfeição nas coisas triviais, 
Nos alimentaríamos, nos banharíamos, nos olharíamos deitados na cama e assim eu velaria teu sono, para que tudo se almiscarasse de novas e doces ilusões.
E assim eu te mando um beijo, para que apazigue essa distância das mãos que só querem te acarinhar.

26 de novembro de 2011

3ª Lição

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O seu sorriso é de uma insustentável leveza, 
por isso, deixo-o se derramar por toda a lembrança da minha pele 
como se fossem carícias sem mãos.
Como se fossem suspiros guardados que soam pelo desejo de sua boca.

Durma Bem

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Sinto em tua voz a doçura do teu sorriso 
e assim posso dormir como se tivesse ganhado 
meu beijo de boa noite.

25 de novembro de 2011

Tolices

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Por quais cantos andam escondidos os sorrisos que meus olhos querem ver?

Aqueles eram olhos meigos, de um verde infantil que se esborrava pelos cílios.
Que mãos imaturas as minhas, afastaram de minha pele os carinhos que esses olhos queriam me dar.
Que mania tola, essa de não amar a disposição dos abraços.
De criticar e desvirtuar a perfeição de todas as possibilidades.
Que mania essa de não se deixar apaixonar pela doçura gratuita de certos corações.

Dança do Sim

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E aquele minuto durou toda uma vida que te esperei. Você chegou, você veio no final de tudo, com um punhado cintilante de brilho sorridente nos olhos. Veio só pra me arrancar um suspiro mais do que sincero e um delicado e sonoro sim. De todo coração, com toda suavidade e aconchego que posso encontrar nas tuas mãos, sim, eu deixo você me levar nessa dança. Um pra cá, dois pra lá? Não. Envolve minha cintura com teus braços, abraços e sejamos, por tempo indeterminado, dois pra cá...dois pra lá.

[Ao som do silêncio cúmplice da nossa respiração.]


Josi Puchalski

#Lindo é se encontrar nos outros.

18 de novembro de 2011

Plágio era o que me faltava

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Essa semana me aconteceu algo bem chato.
Descobri que meu blog tinha sido plagiado por uma conhecida do facebook (http://eternacolombina.blogspot.com/). Ela copiou meus textos, títulos, frases e até o designer do modelo com as mesmas cores e formatos de letras. Depois que eu fiz um escândalo no face dela e solicitei que ela apagasse as postagens, ela teve a decência de fazer isso. Mas nem um desculpa foi me dado.
Galera, adoro quando alguém entra aqui e comenta, 
amo quando alguém me diz que se identificou e que pede pra copiar e postar no blog dando os devidos créditos.
Mas plágio é crime e é feio.
É um atestado de falta de criatividade, de inautenticidade.
Tenho um esforço danado pra deixar tudo por aqui agradável para os olhos de vocês.
Cada palavra escrita não está solta ao vento, pelo contrário...
Cada palavra carrega um fardo de significados, de lágrimas, sorrisos, saudades e muitas lembranças.
Cada texto tem um dono, amigos, acasos, amores passados e presentes e cada pessoa a quem escrevo sabe que o texto lhe pertence.
Isso é só um desabafo, agora acho que já ta tudo bem.


11 de novembro de 2011

#Fica Dica 10

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“Se os fatos estão contra mim, pior para os fatos.”
Nelson Rodrigues

10 de novembro de 2011

O amor é sempre um pacto contra o tempo.

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Onde se ancora o que sentimos, fora ou dentro do objeto amado? 
Em seu âmago concreto ou em sua neblina? 
Mesmo fruindo o que vê o amor não é seu escravo (...) 

Como Esquecer 
Myriam Campello

7 de novembro de 2011

Me Procure Em Outro Canto

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Atenção!
Aviso aos transeuntes que os ventos sopram sem destino, pois as coisas aqui não andam muito boas.
Há algo líquido se apossando do barro usado nas novas construções.
Por mais calma e dedicação que se tenha, nada se encaixa nos moldes do desejo e de repente, todo o concreto se esmigalha em vento e tudo torna-se tão "sei lá".
Há um cansaço dessa melancolia forçada.
Os livros se misturam aos papéis velhos, perfumes sem tampas e roupas sujas nos caixotes da mudança.
O quarto se esvazia,
A sala se esvazia,
A cozinha está vazia
Só as lembranças esborram todas as águas salobras guardadas por aqui.
São tantas lembranças que não caberiam no caminhão da mudança.
São tantas lembranças que carrego no coração que não sei se consigo suportar o peso de uma saudade que, mais do que qualquer outra, terá o gosto de toda uma infância com bonecas e príncipes e castelos e casinhas...
Entre 4 paredes tenho guardados 24 anos de sonhos,
No jardim ainda tem a sombra daquele pé de feijão plantado na experiência da escola.
No jardim ainda há o perfume do jasmim e o balanço de pneu pendurado na mangueira. 
Cada palmo desse canto guarda tanto de mim que sei, que ao sair daqui, perderei esse último resquício de menina mimada de achar que tudo vai ficar bem.
Deixo em meu quarto meus fantasmas, meu suor, me cheiro depois do banho... 
Tranco a porta, branca com uma flor azul.
Deixo aqui todos os sorrisos ingênuos pendurados no portão e o novo endereço de minhas mãos.

6 de novembro de 2011

Me olhe com carinho, por favor.

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Você já brincou com a imagem de sua mão passeando pela parede branca de um quarto escuro?
Fique sem sono e tente fazê-la passear dançando pelo silêncio da insônia.
Perceba como paredes brancas têm o poder de guardar segredos que não são seus, mantendo nelas impressões e perfumes alheios que entranham em suas narinas até que você ache que aquilo também faz parte de sua pele.  
Você já brincou com a solidão dos olhares que foram feitos para te amar? Não tente.
Simplesmente não se consegue olhá-los quando neles só há rancor.
Fecho os olhos e lembro de sorrisos desbotados fazendo pose para a câmera fotográfica e por isso digo que acredito em felicidade, porque encontro, nessas fotos velhas, resquícios de um sentimento que se assemelhe ao que acho que deve ser a "felicidade".
Não repare, são elucubrações... Deitemo-nos na cama, vou fechar meus olhos e guardar os suspiros aqui dentro, para que assim adocem esse amargo da boca e o beijo, que daqui a segundos será teu, chegue em seus lábios com maior ternura.

3 de novembro de 2011

Éden, para Ele.

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Que diabos se fez?
Com carinho, busco no fundo de mim
Qualquer lembrança sadia, qualquer
Outro possível já inexistente sentir.
És apenas algo de fatal, perpétuo e
irremediável.
Tanto tempo se fez e nos desfez
Em pranto, completo, meu afeto morreu.
Já não quero mais voltar em ti, a ti,
contigo, avec toi. E, assim, sem abrigo
Das mil noites, os dias só foram,
à revelia, triste romaria do meu olhar.
Minhas cores já não são as tuas,
Meus gestos não encontram os teus.
Só existe a tua sombra, teu brilho oculto.
O tempo te matou e me venceu,
É só teu cadáver estendido por aí,
Não mais tua ausência abstrata.
É teu corpo morto exposto,
O meu amor vencido, inerte.
Ainda és alguma coisa, és o nada,
E de passado e ar somente és feito,
Dos sonhos e das horas perdidas
Já desconheço a tua face, tua voz
Ruído distante que habita o silêncio.
És tudo o que não pode ser, e acabas sendo
o que não quero... E enterro.
Desenhei o amor à tua imagem desfigurada,
para jamais, em conflito, encontrá-lo.
Tentei me manter fiel, mas a vida
Traçou a tua morte, destilando bálsamo,
Escrevendo outra sorte...
Somos agora apenas dois estranhos,
Astros em órbitas distantes,
Átomos flutuantes, dois polos de um ímã,

Seguimos opostos, desconexos,
Completando aniversários vários
Em anos que não se completam...
Gostaria de sentir muito, mas tu não existe
Tu não és qualquer coisa como a luz ou o dia
Além do adeus não dito, teu único resto,
Resto de nós, último nós;És o nada!
Tudo o que posso carregar de ti,
O adeus não dito. A fatalidade.
O irreversível. A palavra nunca.