22 de junho de 2010

Invitation

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- Como é Londres?
- A sua cara.
- A Minha cara? Defina-me Londres para ver se acho minha cara.
- Não defino Londres em você, mas imagino você em Londres. Roupas estranhas, festas libertinas, frio e nós, nos amando nessa cidade do jeito  que não sabemos amar. Nossa vida aqui seria num quarto, à quatro paredes e os dias se embalariam pelas vozes inglesas que falam o que não se entende. Sozinhos poderíamos aprender inglês e teu corpo seria para mim a folha na qual rabiscaria as palavras desse novo idioma.
- Assim acabo indo até você.
- Não acabe. Venha. Pois se vir iremos começar a nos sentir. Há casal mais casual que nós dois?
- Talvez nossa casualidade se acabasse nessa cidade. Me fascina falar com fumaça na boca, mas não sei se me acostumaria a não ver tuas palavras, a ter constantemente teu calor e a sentir frio nas gramas de tardes molhadas. Acho melhor esperar-te aqui.
- Então fica o convite. Assim que precisar de mim, venha a Londres.




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