5 de julho de 2011

Momentos de nós 7

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Centenas de pessoas atravessam a nossa vida diariamente. Umas passam bem devagar e aproveitam o trajeto ao nosso lado, outras estão sempre correndo e não tem interesse em observar o caminho conosco, e têm aquelas que decidem fazer o mesmo percurso que a gente pelo simples prazer da nossa companhia.
As pessoas que fazem parte da última categoria sabem que nem sempre será prazeroso. Elas também reconhecem que muitas vezes o caminho será complicado. Em outras situações irão questionar qual a razão de agirmos de determinada forma enquanto caminhamos. Mas nunca, em hipótese nenhuma vão achar que o passeio foi em vão.
Amigo de verdade te leva a sério, te leva no riso, te leva no bico, mas te leva.
Te carrega pra vida toda!


São 7 almas que se acalentam,
7 sorrisos meigos
7 braços com os mais variados abraços
7 ombros e todos os amparos
7 mãos estendidas
7 olhares cúmplices
7 lágrimas que caem
7 vozes
7 cheiros
7 olhos que são espelhos
7 bocas que são conselhos
7 sonhos em uma amizade.

Essa semana se chama nostalgia,
Não! Não somente esse semana, mas desde o princípio desse ameaçador fim que o saudosismo toma conta de nossos corações.
Foram 4 anos e meio juntos e de repente esse tempo torna-se uma vida só nossa.
Esses emails que ando lendo me tiram lágrimas...
Gente, to carente de amigos e quero vocês mais perto de mim...
Pois devo muito do que sou a vocês...
Posso parecer exagerada, pois já suportei as dores de tantas perdas, mas sempre alguém estava lá pra secar minhas lágrimas.

Quantas vezes Gisa não me consolou, com seu jeito bem Gisa de ser, mas sempre com aquele abraço doce de leonina. Toda vez que lia um texto meu e me elogiava isso me dava orgulho de mim. Gisa me lembra torta de limão do Cefet, Hamlet com Wagner Moura e um cartaz roubado, sorvete na beira mar de Olinda com direito a ver o nascer da lua, universitárias numa sala de aula de um pré-vestibular de literatura, Teorias feministas, Zé Ramalho e Avenida Benjamin Constant/Rio Sul/Lapa/Posto 9/Pão de açúcar. Gisa lembra-me Neruda e não esqueço nunca, estávamos sentadas na biblioteca co CE, Eu, Al, Gisele e tu Gisa, aí tu, sofrendo por Caio, olhou pra gente e falou que esse amor doía, fisicamente. Doía de verdade, na carne. Sei que dói, mas de nós duas prefiro guardar as terças do vinil e aquele Tangolomango em que nos acabamos de dançar e eu te ensinei alguns passinhos de samba.


Ah! E Silvinha?! Ahhh Silvinhaaa nossa amizade daria um livro: Ódio, estranhamento, viagem + varal, cervejas, cervejas, bares, lágrimas, cervejas, risos, lágrimas, lágrimas, lágrimas, roubos de cervejas e CARNAVAL, bhrama, muita bhrama, festas, loucuras, Hotel Pestanas em Copacabana e dois australianos. Quem mais do que Silvinha sabe o significado das minhas lágrimas? Só ela as chora com a minha dor e lhe agradeço escrevendo-lhe meus textos, seus textos, mais sentidos. Amiga já vivemos muito hein... juntas somos um perigo, já pensasse que não posso pôr aqui nossas melhores histórias, todas acabam em alguma coisa errada, mas além disso, todas reforçam nossa confiança uma na outra. Silvinha eu defino como família, não tenho só Silvinha, tenho também Lora, Joãozinho e Aninha. Ahhh!!! Amigaaa lembrei, juntas fazemos a melhor campanha filantrópica da cidade!!! (Piada Interna =P ) kkkkkkkk  


Eiii Dani... Dani não coloco pra fuder em você não, tá, às vezes sei que exagero, Silvinha já reclamou comigo, pode ficar tranquila. Mas Dani de fato é a responsável pelas vezes em que meu mundo está cor de rosa. Dani é a criatura em extinção que tava no dia da criação do mundo. Ingênua, doce, tem um coração sem malícia, límpido e nunca, em nenhum momento, vi em seus olhos sentimentos negativos. Desconfio que Dani veio ao mundo para tentar salvar nossas almas e nós passamos a graduação tentando converter a alma dela, mas acho que acabamos fazendo algo melhor, aprendemos a conviver em nossas diferenças e aceitar o nossos gostos.



E Al hein?! Ah... Fala sério, tem sorriso mais lindo que o de Al? Tem nada... Al é que nem dia ensolarado, nos deixa feliz, nos dá energia, nos convida a fazer coisas novas, aula de dança, de flauta, de tecido, de tudo que possa fazer bem ao nosso espírito. Dizem por aí que quando ela se irrita sai de baixo, isso eu ainda não vi, mas o bocado que vi é simplesmente apaixonante. Ela e seus cachinhos é todo um conjunto de carinho que nos chega como brisa trazendo mensagens boas de ouvir.



Agora tá, vai Gisele, vou falar de tu. Ah! Cocada tu me consome o juízo... tu me deixa doida demais... Gisele tá em minha minha vida desde o começo. Gisele e seus amores errados, conturbados, toda uma pertubação essa pessoa. Tenho de Gisele aquela ligação de Portugal no dia de ano novo, tenho um monte de sorvete lá no Barro quando saíamos da faculdade, tenho também algumas irritações e muitas preocupações que a senhora bem sabe quais são. Mas tenho de você coisas que ninguém nunca vai nos tirar: cervejas no Mercado da Boa Vista e cafés no Delta. Lembra daquela quinta feira? 10h da manhã e nós duas bebendo na Rua da Moeda, ambas iam trabalhar e ambas não conseguiam se levantar da cadeira. Todo nosso sofrimento foi jogado naquela mesa, nosso amor foi analisado, sentido, julgado e ambas perceberam que se fodem por amores que não valem nada, mas que são nossos amores e só nós entendemos a loucura de senti-los. É Cocada, amu tu todo dia por tudo isso.


Por fim vamos ao meu Pierrot. Quem me deu os conselhos mais bonitos, quem me disse as frases mais apaixonadas, quem me escreveu as dedicatórias dos livros tão queridos, quem além de você que insiste em não me dar atenção. Cleiton já te falei, nosso casamento é até que a graduação acabe. Cabou-se! Esqueça de mim no mestrado, quero nem saber de você, digo logo. Você não vale nada, some, não dá notícias, não marca de sair conosco. Nem procura saber se estou viva. Mas não posso negar, te amo tanto e deixo assim ficar subentendido, afinal você é o meu híbrido de Pierrot e Arlequim, apesar de só conhecer seu lado de sujeito sonhador. Mas és o meu primeiro marido e é um carma que levarei para sempre. Quando penso em você me lembro de Nietzsche, dos livros dele que você vivia me emprestado pra ler e encontrava em teu rosto sempre sério, aquele olhar de super homem que queria ser superior e que se mostrava assim em sua postura e voz. Mas que nada rapaz... Tu é um menino... um menino muito sabido que sabe brincar com as palavras e as reações que elas provocam. Tu é um menino sabido que sabe como olhar, um menino também safado que adorava nos provocar (prova disso é Gisele). É o nosso menino, que todas nós enchemos de muito carinho.

Ah! meus amores...   

Vocês bem sabem, perdi amores nesse tempo que passou, mas vocês foram extremamente necessários para eu sobreviver... Sabem daquela história do "eterno retorno" de Nietzsche?! Se o demônio do meio dia me perguntasse se eu queria viver essa vida por toda a minha eternidade, lhe responderia que sim. Pois todas as lágrimas e todo o sofrimento não foram maiores que todos os lindos momentos que vivi e muitos desses momentos alguns de vocês, mais de um de vocês, ou até todos vocês, estavam comigo. 
Assumo então o meu fardo, carrego-os para todo o sempre...

#Silvinha, também chorei.
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