30 de agosto de 2012

Necessidade de (Re)Ternura

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De repente me ponho a pensar sobre as mudanças das coisas.
Antigamente você me ligava (pontualmente) entre 13h e 13h30 com uma ternura na voz que dava à minha infernal tarde de trabalho a doçura de pensar em ti. 
Hoje há dias em que espero até a 01h, porque você disse que ligaria "daqui a pouco". 
Ligo, já meio irritada pelo fato de ser esquecida e vejo que a pontualidade se perdeu em meio a qualquer programa que passe em qualquer canal.
Isso me faz pensar que talvez, tenhamos, de certo modo, perdido nosso ar de ternura telefônica.
Ou melhor, isso me faz pensar que acabamos gastando toda nossa ternura quando queremos conquistar aquele a quem se quer amar. 
Você já foi mais doce...
Eu já fui mais meiga...
Mas será que gastamos nosso estoque de bondade e ternura quando não éramos nada além de possibilidades efêmeras?
Hoje, que somos possibilidades concretas, acabamos por nos perder em meio a carinhos programados... É como se a rotina tivesse nos amarrado as pernas e aqueles dias em que bati de surpresa na tua porta se institucionalizaram em sexta/sábado/domingo.
Eu lembro, que em algum momento, tínhamos fins de semana só nossos, sem problemas ou imprevistos. Eu sei que algum dia a gente deve ter vivido pra gente, não pode ser ilusão minha. 
Há um déjà vu em mim de que isso que eu quero eu já tive. 
Talvez eu tenha errado em algumas concessões que fiz, 
Talvez você também tenha errado em suas ocupações.
Mas será que não tem como voltar (nem que seja de vez em quando) a sermos o que éramos quando nada éramos um para o outro?
Definitivamente nós, seres humanos, somos uns insatisfeitos.

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