8 de maio de 2010

Cultivo

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Na próxima rua,
no virar do coração
talvez eu encontre algo inesperado...
Porque não um amor do passado,
ou um carro quebrado,
ou um carrinho de mão?
Na próxima rua
sei que se eu for ao Oriente
encontrarei aquele parque no qual um dia brinquei.
Mas não quero lá voltar...
Voltarei então para casa,
Voltarei talvez por um caminho feito de curvas,
por ladeiras e por poças de chuva que parecem nunca secar.
Chegarei em casa,
jogarei minha bolsa em qualquer canto,
tomarei um banho gelado em pleno outono
e enfim lembrarei das flores que um dia cultivei.
Meu bonsai morreu,
restou-me apenas o seu vaso,
restou-me apenas a saudade de uma amizade
que contra a minha vontade parece que também vai morrer.
Será que errei a medida da água?
Será que havia tanto agrotóxico assim no adubo?
Mas eu jurava que era natural!!!!
Não era natural sermos amigas?
Sermos flores de jardins compartilhados por amores juvenis?
Será que a culpa é do outono que insiste em nos tirar as pétalas dos anos
em que vivemos juntas?
Sinto saudades de nossas conversas sinceras,
de nossos risos envergonhados,
de nossas mãos estendidas, sempre ao alcance.
Ultimamente tenho precisado de seu ombro,
mas tenho esperado o seu tempo de florescer.
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