11 de março de 2011

Quarta de Cinzas

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Oh! Pierrot, porque estás aí, sentado em tal canto, sob uma meia luz se apagando?
Onde estão as cores de teu carnaval? Elas se foram acompanhando a quarta ingrata que passou contra nossa vontade?
Querido, estás tão cinza nessa esquina, sentado nesse chão geométrico, encostado nesse poste que assume ferrosamente a posição de teu amigo.
O que acontece?
Teu rosto está branco como folha de papel que guarda escritos de saudades...
Sinto-te tão subentendido na máscara que colaste em ti.
Que máscara branca é essa que esconde teu rosto?
Olha-me, posso ser tua Colombina, se assim desejares, basta saberes me cativar...
Diz-me, o que foi que te fiz nessas noites atravessadas pelas bagunças de nossos risos infantis.
Fora belas as noites desse carnaval,
Haviam cores, desejos e luzes que resplandeciam nos abraços (des)encontrados...
Faltou-te beijos, arquejos, danças ou conquistas?
O que te falta?
O que faltou para um sorriso teu sair por aí pelas ruas enfeitadas por vontades?
Oh! Doce Pierrot, cuide de meus olhos, não os jogue nessa vala pra qual correm as lágrimas de teus olhos tristonhos.
Levanta-te querido!
O carnaval pode ter acabado, mas o amor nem chegou a começar.
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