Onde estão as cores de teu carnaval? Elas se foram acompanhando a quarta ingrata que passou contra nossa vontade?
Querido, estás tão cinza nessa esquina, sentado nesse chão geométrico, encostado nesse poste que assume ferrosamente a posição de teu amigo.
O que acontece?
Teu rosto está branco como folha de papel que guarda escritos de saudades...
Sinto-te tão subentendido na máscara que colaste em ti.
Que máscara branca é essa que esconde teu rosto?
Olha-me, posso ser tua Colombina, se assim desejares, basta saberes me cativar...
Diz-me, o que foi que te fiz nessas noites atravessadas pelas bagunças de nossos risos infantis.
Fora belas as noites desse carnaval,
Haviam cores, desejos e luzes que resplandeciam nos abraços (des)encontrados...
Faltou-te beijos, arquejos, danças ou conquistas?
O que te falta?

Oh! Doce Pierrot, cuide de meus olhos, não os jogue nessa vala pra qual correm as lágrimas de teus olhos tristonhos.
Levanta-te querido!
O carnaval pode ter acabado, mas o amor nem chegou a começar.