25 de maio de 2011

Marco Zero II

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E naquele momento de angústia nem a cama resolve o cansaço de uma alma inquieta.
Certezas limitam o meu querer.
Traz um alívio? Traz, mas não sei ao certo se é alívio o que eu chamaria de contentamento...
Não sei até que ponto a certeza me proporciona felicidade,
Pois como pode a felicidade, algo tão incerto, ser certo para minha vã sensação?!
Acredito nas rachaduras no chão e vejo nelas a diversão do meu dia.
Em algumas coloco um pouco de cimento para não cair em abismos,
em outras, as deixo
livres para serem motivos de lembrança.

Me perco pelas bifurcações das ruas, não leio mapas corretamente e sei que meus passos nunca me darão a certeza de que faço naquele momento o que de fato é certo.
Ando a evitar certezas, elas não são perigosas, entende?!
E a falta de uma projeção futura me dá a necessidade de viver apenas esse instante-já.
Isso porque desisti de tentar fazer o futuro, nessa tentativa sempre feita de possibilidades ilusórias, eu sempre esquecia do que se encontrava em minha frente.
Ando cansada de certezas...
E ter todas as coisas em seu lugar, 
E ter o Não e o Sim já arrumados em cada canto,
E já saber que amanhã as horas já serão nas mesmas horas...
Tudo anda a me causar apenas desmotivação.
E preciso apenas de motivos para ser incerta, para me deixar roubar por qualquer perigo que me saiba levar.

# Texto inspirado no post Marco Zero, da adorável Rhanna, no blog Meninas Crescidas. 
Agradeço mais uma vez a inspiração! =) 
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1 comment

Anônimo
25 de maio de 2011 às 14:43

Excelente mesmo o texto!