5 de janeiro de 2012

10 Metas para (tentar) realizar

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1 – Mais calma. Calma para respirar fundo nos momentos difíceis e não gritar. Calma para, com as mãos, poder segurar o sofrimento e não deixar que ele me dilacere nos dias que me faltam abraços.

2 – Mais ânimo. Ânimo para saber que nada está sendo feito em vão. Ânimo para ter certeza de que há um motivo pelo qual sorrir, mesmo que as coisas pareçam vazias entre as paredes brancas. Ânimo para levantar da cama e seguir qualquer caminho que leve a qualquer lugar.

3 – Mais dedicação. Dedicação comigo mesma, com os outros e com o mundo. Dedicar mãos, olhos e alma a algo que precise de atenção. Dedicação aos livros que andam empoeirados, as letras que andam escassas, aos amigos sempre amados, à família, mesmo que distante, ao corpo abandonado e aos olhos, cada dia mais tristes.

4 – Mais tempo. Tempo para ser perdido olhando o mar. Tempo para pintar com tinta de dedo o nariz de uma criança que ri. Tempo para deitar na cama alheia e guardar sonos em caixinhas aveludadas. Um pouco mais de tempo para perder à toa com a vida que passa sem ser percebida por essas bocas que se calam.

5 – Menos lágrimas. Os olhos, cansados, carregam baldes de choros que já não deviam existir. Menos lágrimas, por favor, para que a vista, defeituosa, possa encontrar amenidades e quem sabe, assim, sorrir. Portanto, para isso, mais sorrisos em nossos dias de chuva.

6 – Mais presentes. Presentes para mim e para você. Quem não gosta de ganhar embrulhos e sorrisos enlaçados com fitas de sentir? Mais presentes, mais presenças, mais instantes-já.

7 – Menos autoanálises terapêuticas. Menos tentativas de achar que qualquer tola filosofia pode responder às perguntas de corações aflitos. Menos paranoias existencialistas ajudariam na diminuição de tantos porquês constantemente desnecessários.

8 – Menos capitalismo exacerbado. Por favor! Menos consumismo, menos sapatos, roupas, perfumes e penduricalhos fúteis que adornam minhas necessidades de rasa felicidade. Menos números no fim do mês ajudariam consideravelmente para diminuir os níveis de preocupação do sangue.

9 – Músicas novas. Filmes novos. Novos lugares para serem lembrados. Novas lembranças são fundamentais em tempos de constante apatia por conta da perda do perfume de velhas memórias. Novas pessoas, os mesmos amigos (pois esses sempre serão necessários), uma paixão (de certa forma já plantada), mais dias de praia calma, mais noites estreladas em lugares desertos, mais fotografia penduradas pela casa.

10 – E por fim equilíbrio. Ando tirando o juízo da gaveta, ando tentando ser mais racional, menos passional. Assumo minhas culpas e alimento diariamente meus monstros. Equilíbrio para continuar atravessando a corda por cima desse abismo que cavo com meus pés. Um pouco mais de compromisso com a felicidade talvez ajude ela a acertar o meu endereço.

#Pois bem, saber o que eu quero/preciso para 2012 foi algo complicado de ser analisado. 2011 foi conturbado o suficiente para não acha-lo um ano ruim nem bom. Ao mesmo tempo em que tive realizações, viagens, aprovações e sucessos, também tive perdas, amores que se mantiveram longe, amizades desperdiçadas, família e todas as suas exigências conservadoras. Mas, de agora em diante, ando pregando o desapego de momentos enfadonhos, guardo em mim apenas as coisas boas.
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