1 de setembro de 2010

Traduzir-se

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Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.
Uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.
Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.
Uma parte de mim
almoça e janta:
outra parte
se espanta.
Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.
Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.
Traduzir-se uma parte
na outra parte
- que é uma questão
de vida ou morte -
será arte? 

 Fagner
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2 comments

3 de setembro de 2010 às 14:32

Adoro que sejamos essa contradição ambulante.
Somos seres em cosntante movimento, em constante alucinação.
Amamos o incerto, ams adoramos ter certeza, Queremos o doce, mas desejamso o salgado. ao mesmo tempo que prezamos a segurança, soberbamos a adrenalina.
E essa, minha querida, é a beleza de ser desvariado, enlouquedico e simplesmente, de ser humano!
Algum pedido?

13 de setembro de 2010 às 22:28

Belo. Pode ser qualquer coisa.

A arte é linda.

Estou te seguindo.

Samuel.