Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.
Uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.
Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.
Uma parte de mim
almoça e janta:
outra parte
se espanta.
Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.
Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.
Traduzir-se uma parte
na outra parte
- que é uma questão
de vida ou morte -
será arte?
Fagner
2 comments
Adoro que sejamos essa contradição ambulante.
Somos seres em cosntante movimento, em constante alucinação.
Amamos o incerto, ams adoramos ter certeza, Queremos o doce, mas desejamso o salgado. ao mesmo tempo que prezamos a segurança, soberbamos a adrenalina.
E essa, minha querida, é a beleza de ser desvariado, enlouquedico e simplesmente, de ser humano!
Algum pedido?
Belo. Pode ser qualquer coisa.
A arte é linda.
Estou te seguindo.
Samuel.