21 de junho de 2011

Aviso Desde Já

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Não escolhemos por quem nos apaixonar, nos apaixonamos assim, por quem não sabíamos que poderíamos amar.
Posso olhar pra você e te falar : desculpa, não adianta insistir, não precisa me agradar, mas "eu não vou me apaixonar por você." *
Pois vejo em teus olhos, em teu jeito, em tudo teu, detalhes que não se encaixam no meu modo errado de gostar.
É, eu tenho um modo errado, supostamente errado, de gostar.
Me apaixono por mãos sem carinhos excessivos, 
Mãos que não me sufoquem o espírito,
Por olhos misteriosos, nos quais eu me perca em abismos desenhados pela minha ilusão.
Pelo perfume que se entranha em minha pele e não há banho que tire, pois os poros já estão demasiados cheios de uma substância que docemente se torna minha.
Me apaixono por livros velhos, cabelos desarrumados e camisas amassadas...
Me apaixono pelo telefone que não toca e, se acaso toca, é somente quando não mais se espera
Pois a surpresa de se atender o telefone e ouvir do outra lado Aquela voz, exatamente AQUELA, é uma cifra que não sei explicar.
Digo, então, que sou do tipo que se apaixona por esperas,
Por saudades,
Por matar loucamente as saudades
Por poesias supostamente só minhas, pois também sou do tipo que se apaixona facilmente por palavras.
Por olhos claros, barbas e canalhices...
Não me apaixono pelo previsível príncipe encantado.
Ele é perfeito demais, certo demais, bom demais, doce demais, pegajoso demais.
É coisa demais que ocupa espaço demais e não me deixam gostar.
Definitivamente não gosto de príncipes.
Me apaixono pelos piratas que me roubam o fôlego
que amarram com correntes meu coração e lançam-me ao mar de desejos pagãos.
Adoro aqueles risos cínicos, com aquele olhar safado que sabe o que fazer pra agradar.
Por isso repito: Prefiro o Arlequim, o Pierrot já o fiz para mim...
Colombina indecisa, sabe, mesmo na indecisão o que lhe agrada mais
E além de Colombina - é fato - ainda sou Rodrigueana. 
Afinal, a vida é rodrigueana com todas as suas pertubações e desejos insanos.
Não sabemos por quem vamos nos apaixonar, mas sabemos por quem não vamos.
A paixão sempre me chegou assim, de supetão, pela pessoa que não tinha nada do que eu procurava, mas tinha exatamente o que eu precisava e não sabia que existia.


* FicaDica!
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3 comments

21 de junho de 2011 às 11:56

Olá Juliana, muito lindo o que você escreve, bem centrado e direcionado, interessante e intrigante, muito bom mesmo! Vou te seguir! Abraços! Fica com Deus!

21 de junho de 2011 às 12:52

Se apaixonar é algo inusitado, inesperado... É exatamente como vc falou...Não sabemos por quem vamos nos apaixonar, mas sabemos por quem não vamos!

21 de junho de 2011 às 14:45

mas que ótimo texto!!! sempre escreveu bem, mas parece q está aperfeiçoando ainda mais tua escrita!! Adorei o visual do blog, moderninho sem perder o jeitinho poético!!!

beijoos!